21‏/2‏/2006

e se eu sumisse?

bem, se você sumisse, continuaria montando seu caderno de sons e imagens que vinha montando. talvez não me incomodsse tanto como outrora. Talvez entendesse que assim as coisas são, que não sou eu, que é você. que não é por uma dose a mais de clomipramina que vai me fazer sentir a rainha do universo e você, pobre rapaz, não sabe que está perdendo... nada disso, às vezes, não é pra ser, só isso... as vezes, a gente encontra alguém legal e até tenta, mas como você mesmo diz: não é a pessoa certa, ne?
então, se você sumisse, talvez eu sentisse por um ou dois sábados, no horário certo, a sua falta, talvez eu pensasse em você num solo triste do coltrane, mas eu te pergunto:
e se eu sumisse???? o que você faria? sentiria a falta da minha risada e do mimo, verdadeiro, porém não recíproco que recebes? sentiria que seu sábado não acaba nunca, porque não há o que fazer, nem ninguém te esperando, um bocado ansioso, diga-se de passagem, pra saber das tuas coisas, da tua vida, dos seus méritos? eu não me importo hoje em pensar como seria se eu sumisse, porque hoje, eu não penso em sumir, não penso em por fim em algo que não existe, talvez só nas nossas cabeças

so close, so far...

quase um mês inteiro sem escrever. nada demais, talvez a correria da cidade grande, e uma orla de roupinhas pra preparar, talvez encontrar o tecido certo, o corte exato, a cara que eu quero mostrar; talvez alguém que mesmo cada dia mais distante, se mostre tão presente que acabemos nos tornando amigos...
talvez um pouco nauseada por esssa situação... pelo medo alheio de amar, de tentar, de ser feliz. sinceramente, ouvir que você não é a pessoa certa magoa um bocado, mas não é só isso... é não saber mais lidar com o pouco, com o nulo, como inexistente. e mesmo quando, depois de ser tão feliz, ele te pergunta: e se eu sumir? você já nem sabe mais qual a resposta, mas com certeza (e toda a clareza) talvez a resposta seria a mesma que tem sido: a correria da cidade grande, e uma orla de roupinhas pra preparar, talvez encontrar o tecido certo, o corte exato, a cara que eu quero mostrar;